O uso de plantas pela sociedade é uma prática milenar que acompanha gerações com ensinamentos transmitidos ao redor do mundo em diversas culturas. Espécies são utilizadas para fins medicinais, ornamentais, decorativos, alimentares e religiosos. Para unir o conhecimento popular e a ciência, surge a etnobotânica que estuda a relação entre os seres humanos e as plantas e como a população pode preservar as espécies.
A estudante Laryssa Pires, graduanda no curso de Geografia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), realiza uma pesquisa sobre as plantas presentes no Jardim Botânico da UFRRJ (JB-UFRRJ), sob a perspectiva da etnobotânica e da biogeografia, com o objetivo de identificar espécies de plantas que podem ser utilizadas na sociedade e como preservá-las.O projeto, orientado pela professora Karine Bueno Vargas, do Departamento de Geografia (IGEO), possui apoio do Programa Interno de Bolsas de Iniciação Científica do Jardim Botânico da UFRRJ (Proverde).

Para analisar e estudar a flora que existe no Jardim Botânico e definir maneiras para ajudar na preservação e conservação das espécies da UFRRJ, a bolsista observa as plantas com base em dois ramos da ciência. A partir da biogeografia, é possível entender a distribuição dos seres vivos no espaço e, com a etnobotânica, estuda-se a relação da população com as plantas e como são utilizadas.
O estudo está sendo realizado com 21 espécies selecionadas pela equipe, com 11 amostras nativas e dez exóticas: a amoreira, o jambo e a samaúma são algumas das amostras analisadas. A amoreira, por exemplo, é uma planta exótica usada em rituais religiosos, e as plumas da samaúma são usadas para produzir boias. “Todas as espécies são utilizadas pela sociedade: na medicina popular, na produção de utensílios, uso ornamental, alimentício, no artesanato, entre outros”, explica a estudante Laryssa Pires.

Além de identificar as espécies que estão no Jardim Botânico da Universidade, Laryssa busca descobrir as origens das plantas e sua distribuição nas regiões brasileiras. Com as descobertas, é possível encontrar maneiras para sensibilizar a população, conscientizar sobre o risco das espécies que estão ameaçadas de extinção e criar estratégias para a preservação da flora.
A integração entre a área da etnobotânica e da biogeografia permite que seja feita uma análise mais efetiva sobre a relação entre as plantas e a comunidade. “O estudo da biogeografia junto a etnobotânica é capaz de integrar a sociedade e a comunidade científica com o objetivo de entendermos a melhor maneira de manejar determinada espécie e compreender as suas necessidades”, esclarece a estudante.
Na Feira do Jardim Botânico da UFRRJ, realizada em junho deste ano, a bolsista realizou uma dinâmica com o público para demonstrar o projeto que desenvolve. Laryssa apresentava uma espécie selecionada e pedia para os visitantes adivinhar qual era a origem da planta.

Após o fim da sua pesquisa, Laryssa explica que vai produzir um atlas contendo os resultados da investigação com linguagem acessível à população.
Texto: Amanda de Sousa Farias – estagiária de Jornalismo
Fotos: Laboratório Integrado de Geografia Física Aplicada – LiGA/Manuella Gimenez
Supervisão: Alessandra de Carvalho – professora do curso de Jornalismo/UFRRJ
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